Já não sou a mesma (...)

Já não sou a mesma rapariga de antes, parece que aquela menina forte simplesmente desapareceu. Antes, qualquer palavra de qualquer pessoa não me afetava e agora fico presa nessas palavras que magoam e que antes eram ignoradas. Estou a querer dizer, que neste momento já não aguento nada como aguentava, que tudo o que para mim era colorido neste momento é simplesmente preto e branco. Sinto raiva de mim própria por ter mudado, sei que este novo eu, irá fazer-me mal, pois irei cair em todos os obstáculos por estar sensível e pouco segura de mim mesma. Sei que não posso culpar ninguém, por me ter tornado assim, só posso culpar-me a mim mesma. Mas, a verdade é que ele pegou no meu coração e modificou toda aquela barreira que eu tinha e eu deixei, a pensar que ele iria ficar feliz, mas apercebi-me que ele é aquilo que preciso e que ninguém pode mudar isso. Foi um longo caminho para chegar aqui e perder tudo o que construi e conquistei, ele foi embora sem explicações e com todas as respostas as minhas perguntas. Preciso daquela menina corajosa que eu era para voltar a tentar, para voltar a tentar ser feliz. Talvez se falar mais alto, talvez se falar com ele quando estiver errado, se eu andar mais confiante, talvez ai ele note em mim e veja que estou diferente. Não ficarei com raiva se ele não notar em mim, pois, entrou no meu caminho destruído cada bocadinho daquela longa estrada e depois? Depois foi embora sobre o seu silêncio esmagador que magoa mais que qualquer palavra pois, deixou-me com aquela dúvida, que todos os dias persiste em mim, persiste em destruir mais um bocadinho desta longa estrada. Esperança, é a palavra certa, mas, difícil de encontrar. A minha vida roda sobre esta dúvida, sob este silêncio que ele deixou na minha vida e talvez por isso, não consiga encontrar esperança em nenhum dos atos cometidos na minha vida, em nenhumas conquistas e em nenhumas alegrias, simplesmente para mim e para esta longa estrada desfeita não existe a palavra ‘esperança’. Eu estou a tentar encontrar-me novamente, a tentar voltar a ser corajosa e voltar acreditar que poderei ser feliz e quando encontrar-me novamente ai poderei voltar a respirar sem medos e sem anseios, simplesmente respirar e ai talvez apareça a palavra ‘esperança’